Há dez anos, o diretor Ton van Zantvoort se tornou amigo de um dos últimos pastores tradicionais na Holanda. Ele tinha uma vida perfeita: uma esposa amorosa, um rebanho de ovelhas, e vivia na natureza como todos nós já fizemos e muitas vezes ainda desejamos. Ao longo dos anos, o cineasta percebeu como o pastor relaxado, alegre e apaixonado estava se tornando amargo e cada vez mais irritado. Um pastor tradicional perdendo o cabelo da noite para o dia, por causa do estresse extremo: que paradoxo. Não se supunha que pastorear ovelhas fosse a profissão mais relaxada e romântica do mundo?
'O silencioso charco já não está mais calmo. Há uma guerra acontecendo nas charnecas' e assim começou a história. O ambiente de Stijn está se fechando ao seu redor. Em uma sociedade super regulamentada, sua busca pela liberdade é uma luta quase insuportável. Seu ressentimento é palpável, mas também há sua teimosia e determinação para levar até o fim. Ele quer manter seu rebanho e as charnecas saudáveis e enfrenta muitos obstáculos ao longo do caminho. Quem cuida do patrimônio cultural que é a criação de ovelhas? E somos capazes de salvar a beleza entre todas as nossas autoestradas e zonas industriais e subúrbios em avanço. A vida será irrevogavelmente diferente se o rebanho se for, pois com ele a arte também desaparecerá. Será tarde demais para salvar o sonho de Stijn?
Sem narração e muito poucas entrevistas, esta história cinematográfica de 86 minutos é contada em um estilo de cinema vérité observacional. Onde Stijn vai, a câmera segue e, como no cinema direto, nos tornamos inconscientes da presença da câmera. O documentário de longa-metragem mostra as dificuldades de pastorear ovelhas no mundo neoliberal de hoje e a dura realidade de um empreendedor contemporâneo tentando manter seu negócio em funcionamento. Tudo menos um emprego dos sonhos. Será que sua luta valerá a pena ou ele será forçado a ir com o rebanho?